sábado, 11 de junho de 2011

Grammaire française en ligne

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Catherine Deneuve no Brasil

http://zerohora.clicrbs.com.br/especial/rs/segundocaderno/19,1027,3345123,Catherine-Deneuve-entre-nos.html

Catherine Deneuve entre nós

Atriz veio ao Brasil para divulgar "Potiche" e o Festival Varilux de Cinema Francês, em cartaz em Porto Alegre

Roger Lerina  |  roger.lerina@zerohora.com.br
Aos 67 anos, ela é uma das maiores divas da história do cinema francês - apesar de dizer que o título não lhe agrada.

— Parece alguém cheio de caprichos — sustenta Catherine Deneuve, que veio ao Brasil para divulgar Potiche: Esposa Troféu, comédia em que a musa de cineastas como Buñuel e Polanski atua, canta, dança e até corre, provando que o fascínio que exerce nas telas há mais de 50 anos continua em plena forma.

A atriz concedeu coletiva de imprensa na tarde de quinta-feira (9) no Rio, após ter participado na véspera em São Paulo da abertura do Festival Varilux de Cinema Francês — evento que exibe 10 filmes franceses recentes até o próximo dia 16 em 22 cidades, inclusive Porto Alegre. Catherine Deneuve chegou ao encontro no hotel de luxo em que está hospedada, em frente ao Forte de Copacabana, duas horas depois do previsto — seu voo atrasou por causa do mau tempo. Discreta, vestindo casaco de cashmere verde e calça marrom, a francesa saudou os jornalistas em português com um "bom dia" .

Já na primeira questão Deneuve teve que falar sobre seu papel mais célebre: Séverine, a esposa recatada que vira prostituta de luxo em A Bela da Tarde (1967), de Buñuel. Interrogada a respeito de seu interesse em trabalhar com diretores transgressores como o mestre espanhol, colocou em perspectiva essa ideia:

— Não escolhi trabalhar com Buñuel por causa da transgressão na época, mas pelo trabalho. Há atores que são vinculados para sempre a um filme, e acho que há uma vontade da imprensa de vincular minha pessoa à Bela da Tarde. Mas entendo que foi um trabalho marcante e que, por isso, ficou na memória das pessoas.

A força do mito impõe-se. Com mais de uma centena de filmes no currículo, incluindo clássicos como Repulsa ao Sexo (1965) e Tristana (1970), La Deneuve inevitavelmente é vista pelos amantes do cinema como uma diva.

— Diva, em primeiro lugar, é um termo para ópera — pondera a estrela. — Para as atrizes de cinema é algo meio pejorativo. O que faz falta ao cinema é o mistério, isso que falta aos atores de hoje. Não quero saber como os atores são fora dali, se vão à feira, levam os filhos à escola. Sou atriz, mas nunca penso assim. Às vezes, é um pouco pesado ser Catherine Deneuve. Mas há mais vantagens do que desvantagens.

Durante o encontro de 40 minutos, Deneuve não fumou — diferentemente da coletiva paulista, quando o fato de ter acendido cigarro, desrespeitando a lei antifumo, virou assunto.

— Estranhei que os brasileiros sejam tão formais. Fumei porque na França, se estamos em lugar privado, podemos fumar, com o consentimento do dono. Mas, se soubesse, não teria fumado, porque é claro que não quero ficar tachada de fumante compulsiva. Passei horas dentro de um avião da França para vir divulgar o filme e o festival, mas tudo o que saiu nos jornais foi que eu fumei na coletiva. Francamente! — queixou-se, reclamando também da patrulha do politicamente correto: — O problema é que com a internet as coisas são tiradas de contexto e tomam uma enorme proporção. Sou totalmente contra o politicamente correto.

Perguntada por ZH a respeito de como foi trabalhar em Potiche novamente com Gérard Depardieu — com que atuou em filmes como O Último Metrô (1980) —, Deneuve elogiou o colega e também o diretor François Ozon:

— Foi incrível trabalhar com Gérard porque ele é um parceiro maravilhoso que adora as mulheres. O que me seduziu em Potiche foi o lado alegre e também por voltar a trabalhar com Ozon após Oito Mulheres (2002).

Antes de se despedir, Deneuve comentou a respeito de envelhecer — no cinema e na vida:

— Hollywood é Hollywood. É muito a imagem, o culto à beleza e à juventude, o que é limitador para as atrizes. Acho lamentável. É claro que, aos 67 anos, eu não posso mais fazer papéis de menina. Os papéis vão mudando conforme a idade. Acredito que a gente envelhece melhor na Europa e nos países latinos